Brasil discute ocupação sustentável do bioma marinho, atento à sua responsabilidade de garantir a ocupação sustentável do bioma marinho, o maior do planeta, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), promoveu o Curso de capacitação de Planejamento Territorial Marinho, ministrado pelo oceanógrafo especialista na área Alexandre Mazzer.
Membros da Comissão Interministerial para Recursos do Mar (CIRM) e servidores do MMA têm a oportunidade de nivelar os conceitos, ampliar o conhecimento legal sobre o tema e estudar casos internacionais de sucesso. O evento é realizado em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Responsabilidade
“Temos 8 mil quilômetros de costa, 200 milhas de zona econômica exclusiva e estamos assumindo nossa responsabilidade de planejar a ocupação espacial marinha para conservar nosso espaço vital no futuro”, alerta o diretor de Zoneamento Territorial do MMA, Adalberto Ebehard. “Estamos vendo que mar, água, oceano é a vida do continente e o contrário também, os ciclos estão cada vez mais fechados.”
Brasil discute ocupação sustentável do bioma marinho
Ebehard explica que a dinâmica das águas no oceano torna impossível a limitação de determinados territórios dentro do espaço marinho. “A gente tem um meio fluido, que não conhece barreiras, um meio líquido, onde todas as ações dentro de 24 horas podem estar a centenas de quilômetros de distancia pelo simples fato de mudança das correntes, mudança da maré ou dos ventos” disse. Por isso, para o diretor, os diferentes setores precisam conversar entre si para que se pactue uma forma coletiva e continua de sustentabilidade desse ambiente.
Tema novo
Segundo o professor Alexandre Mazzer, a capacitação traz para o Brasil um tema relativamente novo em todo o mundo. Ele explica que o planejamento marinho é um processo de gestão ambiental e multissetorial, envolvendo os setores que utilizam os recursos da rota marinha. É um conceito bastante flexível e adaptável às realidades nacionais e regionais. “Tem grande importância para dirimir possíveis conflitos de usos: navegação, agricultura, pesca, exploração de óleo e gás, recreação, conservação ambiental”, explica. “E conflitos entre os usos e os recursos naturais que podem ser incompatíveis.”
No início de novembro o Ministério do Meio Ambiente promoverá o Seminário Internacional de Planejamento Espacial Marinho que vai reunir no Brasil, em Brasília, as experiências mais marcantes no que diz respeito ao tema.